26.12.15

Chanson de la plus haute Tour



Oisive jeunesse

À tout asservie,

Par délicatesse

J'ai perdu ma vie.

Ah! que le temps vienne

Où les cœurs s'éprennent.



Je me suis dit : laisse,

Et qu'on ne te voie : 

Et sans la promesse

De plus hautes joies.

Que rien ne t'arrête

Auguste retraite.



J'ai tant fait patience

Qu'à jamais j'oublie;

Craintes et souffrances

Aux cieux sont parties.

Et la soif malsaine

Obscurcit mes veines.
Ainsi la Prairie


À l'oubli livrée,

Grandie, et fleurie

D'encens et d'ivraies,

Au bourdon farouche

De cent sales mouches.



Ah! Mille veuvages

De la si pauvre âme

Qui n'a que l'image

De la Notre-Dame!

Est-ce que l'on prie

La Vierge Marie ?
Oisive jeunesse


À tout asservie,

Par délicatesse

J'ai perdu ma vie.

Ah! que le temps vienne

Où les cœurs s'éprennent.

Arthur Rimbaud > Chanson de la plus haute Tour (mai 1872)

Yemen. Aden, c.1880


YEMEN. A cidade portuária de Aden, cerca de 1880. 
Na esplanada frente ao Hôtel de l'Univers
Arthur Rimbaud é o segundo à direita.
Dizem que na figura de mercador
traficava armas ... e velhos poemas.
morre aos 37 anos num hospital em Marselha, 
vitima de sinovite num joelho,
depois um carcinoma no mesmo joelho, 
depois cortam-lhe a perna à altura do tal joelho
fosga-se... o homem não se aguentou

- Foto: AFP / Scanpix

23.12.15

Street Life

Raoul Hausmann's Postcard to I.K. Bonset, 1921

Breve historia del vino


Dudas razonables nos impiden saber si Adán fue tentado por una manzana o por una uva.
Sí sabemos, en cambio, que hubo vino en este mundo desde la Edad de Piedra, cuando las uvas ya fermentaban sin ayuda de nadie.
Antiguos cánticos chinos recetaban el vino para evitar las dolencias de los tristes.
Los egipcios creían que el Dios Horus tenía un ojo de sol y otro de luna, y el ojo de luna lloraba lágrimas de vino, que los vivos bebían para dormirse y los muertos para despertarse.
Una vid era el emblema del poder de Ciro, rey de los persas y el vino regaba las fiestas de los griegos y los romanos.
Para celebrar el amor humano, Jesús convirtió en vino el agua de seis tinajas. Fue su primer milagro.


Eduardo Galeano, Espejos. Siglo XXI Editores.

12.10.15



"... O Vento enchia o Mundo. Mal deixava lugar para a tremenda voz das ondas. Mas era o Mar apenas que se ouvia..."

ETHOS


Nas palavras em que o sufixo «ismo» deve representar um reforço, observa-se uma certa pretensão,uma tendência voluntarista e com frequência uma hostilidade a priori. O movimento torna~se tumultuoso à custa da substância. São palavras para sectários, para aqueles que só leram um livro, para aqueles que «juram fidelidade à sua bandeira e se mantêm incondicionalmente seus adeptos», em resumo, para os tipos de representantes e viajantes em lugares-comuns. Acaba quase sempre triste uma conversa com alguém que se apresente como realista. Tal como o idealista em relação à ideia e o egoísta em relação ao eu, aquele tem concepção limitada das coisas. Rotula-se a liberdade. O mesmo se aplica à relação do anarquista para com a anarquia.
Numa cidade onde afluam trinta anarquistas, anunciam-se incêndios e mortes, precedidos de palavras de ordem obscenas. Quando nela habitam trinta anarcas que nem sequer se conhecem, pouco ou nada acontece; a atmosfera purifica-se.
Em que se baseia o erro, pelo qual tantos se sacrificaram e que continuará eternamente a actuar? Se eu matar o meu pai, caio nas mãos do meu irmão. Não se deve esperar da sociedade mais do que do Estado. A salvação está no indivíduo.

O anarca não deve de modo algum, pensar como um progressista. É este o erro do anarquista, e é assim que as rédeas lhe escapam das mãos.

Aqui, registamos mais uma diferença entre o anarquista e o anarca: o anarquista persegue o príncipe como seu inimigo de morte, ao passo que o anarca assume perante ele uma relação de neutralidade objectiva. O anarquista quer matar o rei, enquanto o anarca sabe que o poderia matar … mas para tal teria de haver razões, não de ordem geral, mas pessoais. Se o anarca é simultaneamente historiador, então o monarca representa para ele uma fonte de primeira grandeza

O anarca pode fazer frente ao monarca despreocupadamente, pois sente-se igual a todos, mesmo entre reis. Este estado de espírito fundamental transmite-se ao príncipe, que sente que o observam sem preconceitos. Surge assim uma benevolência mútua, favorável à conversa.


Ernst Jünger, Eumeswil. ed. Ulisseia


8.10.15




What makes a man a man?                  
A friend of mine once wondered.                  
Is it his origins?
The way he comes to life?                  
I don't think so.                  
It's the choices he makes.                
Not how he starts things...                 
...but how he decides to end them.


Hellboy Script



7.10.15

O português que matou por amor

Joaquim Pita Soares, o segundo português condenado à cadeira eléctrica nos EUA (1930).
Matou por amor, disse.
Gazeta de Coimbra, 1930
(Clicar para ler)

"Figuras do Espanto"

Tibetan Lhacham (Princess), Tibet [c1879] 
Sarat Chandra Das [Restored]
Unidentified Child by Southworth & Hawes 1850
Lady Clementina Hawarden. Excelente fotógrafa, 
fotografafa-se sobretudo a si e às filhas. Há 150 anos
 
Infanta de Portugal e Duquesa da Baviera, década de 1870
 
Mata-Hari 1910

5.10.15



IN A TIME OF UNIVERSAL
DECEIT, TELLING THE TRUTH IS
A REVOLUTIONARY ACT.
- GEORGE ORWELL -


16.9.15

~



"The basic tool for the manipulation of reality is the manipulation of
words. If you can control the meaning of words, you can control the
people who must use the words."
-- Philip K. Dick

3.7.15

Brancusi
Le Baiser



Die poesie ist das echt absolut reelle.
Dies ist dr kern meiner philosophie.
Je poetischer, je wahrer.

A poesia é o autêntico Real absoluto.
Este é o cerne da minha filosofia.
— Quanto mais poético, mais verdadeiro .


Novalis

5.6.15

encontros e despedidas



Disse-me Vigo: «Martín, nunca duvidei que você preferia a floresta. Mas também sei que a considera como uma passagem… não como objectivo, como Átila, nem como ficção, como o Domo. Mas o que são as ficções? Em todas as nossas grandes mutações, concretiza-se um sonho. Como historiador, você sabe isto. Não fracassamos pelos nossos sonhos, mas sim por não termos sonhado com intensidade suficiente.»

Ernst Jünger - Eumeswil - ed. Ulisseia